Os 388 fantasmas
Como presidente da Câmara, desvendei e denunciei vários escândalos dentro do funcionalismo, porém nada se igualou, ao dos fantasmas da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ali, a criminalidade entrou em cena com sua face mais deslavada e grotesca. O golpe se desenvolvia de forma tão rudimentar e exigia a participação de tanta gente que é difícil acreditar que tenha realmente ocorrido.
O ataque ao cofre municipal começava com a falsificação de alguns documentos, enviados por prefeituras do interior do estado, no qual, após apagar o verdadeiro motivo do documento usando (Corretivo Liquido de Papeis), com o documento “em branco” colocava-se à disposição da Câmara determinado personagem. Aproveitando o carimbo da prefeitura, a assinatura do prefeito.
Bastava, então, que um vereador encaminhasse o portador a um funcionário de sua confiança no departamento de pessoal para que mais uma contratação fosse celebrada em surdina. Como não bastasse, criaram uma lei efetivando esses funcionários “fantasmas”. Papéis em ordem, o beneficiado não aparecia para trabalhar, mas descontava seu cheque mensalmente.
Descobri o mar de lama e acabei conseguindo apoio para fazer as demissões dos 388 fantasmas que se escondiam num quadro de 2 500 funcionários.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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